domingo, 18 de outubro de 2009

Memórias de um Sargento de Milícias

As Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, centram-se numa personagem popular avessa ao herói oficial da Literatura contemporânea a sua publicação: Leonardinho desfila na obra como um homem comum, sem idealizações, desde seu nascimento fora do matrimônio - "filho de uma pisadela e de um beliscão". É o primeiro retrato literário do ambiente popular e o primeiro a mostrar a realidade brasileira nas relações sociais, de ordem e desordem.

Leonardinho opõe-se à imagem clássica dos seres humanos acabados, perfeitos e em plena maturidade. É um malandro que olha o mundo com um olhar de possibilidades. Desde de criança rompe com a seriedade das instituições sociais (seu riso desafiando a severidade escolar), anda pregando peças nos vizinhos, é popular, astuto, nasce malandro feito e, assim como se envolve em enrascadas, delas sai com naturalidade.

Passadas as peraltices da infância e da adolescência, Leonardinho continuou a desfilar como um vadio. Não somente ele nos é apresentado como um avesso das expectativas tradicionais, mas também as figuras femininas com quem se envolve, Luisinha e Vidinha.

Luisinha, esquisita e feia, rompe fisicamente com o modelo feminino idealizado, embora em sua psicologia não se afaste dele, necessariamente, já que é uma mulher á mercê da vontade de um outro, apresentando-se como incapaz de agir por vontade própria.

Quem quebra o estereótipo da mulher perfeita e submissa, física e psicologicamente, é a mulata Vidinha, segunda namorada de Leonardinho.

Como já dito anteriormente, Memórias é o retrato da sociedade brasileira, estando diante das relações improvisadas da instituições que não funcionam e que vivem de subterfúgios, "jeitinhos" provisórios, para que tudo dê certo ao final.

ESTE NÃO É O RESUMO, APENAS ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA OBRA E DE SEUS PERSONAGENS!

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